domingo, 17 de outubro de 2010

O RESUMO PASSO A PASSO

PASSO 1 – Ler atentamente o texto. Se possível, mais de uma vez.
PASSO 2 – Identificar o tópico frasal de cada parágrafo ou a sua ideia principal.
PASSO 3 – Certificar-se se o conteúdo do resumo atende às seguintes necessidades:
a)    Ser um texto contínuo, sem enumeração de itens;
b)    Se o resumo apresenta:
§  o assunto do texto;
§  seu autor (se houver);
§  sua publicação (se houver);
§  o objetivo a que se propõe o texto;
§  se as ideias retiradas do texto estão articuladas em orações e parágrafos;
§  se o resumo apresenta as conclusões do autor;
§  se o resumo foi redigido em linguagem objetiva, em 3ª pessoa do singular (como se fosse uma notícia ou narrativa – apenas com verbos no presente);
§  se ele não apresenta a cópia de frases inteiras do texto original;
§  se as ideias retiradas do texto original estão na mesma ordem no resumo;
§  se o resumo não apresenta juízo valorativo e, finalmente,
§  se o resumo é compreensível por si mesmo, dispensando a consulta ao texto integral.
Lembre-se: O resumo conta o(s) fato(s) que consta(m) do texto original. A resenha, conta e avalia a história contida no texto original.
Recursos a serem utilizados na elaboração do resumo:
1.    Orações ou conjunções conformativas:  Segundo o autor, na opinião do autor, de acordo com o texto, de acordo com o autor, na opinião de Fulano de Tal; Segundo Fulano e Tal, De acordo com Fulano de Tal, No texto, No discurso do autor, etc.
2.    Verbos no presente ou no passado: O autor refere-se, o texto faz menção, o autor atribui, o texto menciona, o autor dispõe, o texto apresenta, o autor argumenta, o autor expõe, o autor define, etc. O texto apresentou, expressou; o autor argumentou, afirmou, refez a afirmação, reiterou, etc. Essas locuções também são consideradas conformativas
3.    Orações reduzidas de particípio: feitos os esclarecimentos, o autor; considerados os fatos, o texto; exposto o problema, o autor;
Colocando em prática esses passos:
Tomemos como exemplo o texto a seguir:
Devastação da Amazônia é subestimada em 50%
                O desmatamento na Amazônia pode ser o dobro do que se imagina por causa do corte "seletivo" de árvores, que não é detectado pelas imagens por satélite, afirmou na quinta-feira a revista Science. O método tradicional de avaliar o desmatamento é pela observação de clareiras em imagens por satélite. O corte seletivo de árvores ocorre quando árvores isoladas são derrubadas no meio da floresta.
                Pesquisadores do Carnegie Institution, em Washington, utilizaram um novo método de analisar as imagens por satélite e detectaram o corte seletivo nos cinco Estados que mais produzem madeira na Amazônia.
                A pesquisa, publicada na edição de 21 de outubro da Science, mostrou que a área de floresta danificada é entre 60% e 128% maior que a área desmatada oficial detectada entre 1999 e 2002.
                "Esperávamos ver grandes áreas desmatadas, mas a extensão da penetração do desmatamento na floresta é muito mais drástica do que imaginávamos", disse Michael Keller, do Serviço Florestal dos EUA e co-autor do estudo.
                Em agosto, o governo brasileiro avaliou que 9.106 quilômetros quadrados foram devastados entre agosto de 2004 e julho de 2005, bem menos que os 18.724 quilômetros quadrados observados no ano anterior.
                "Comparado ao desmatamento tradicional, o corte seletivo é o menor dos males, e não é o responsável direto pelo desmatamento na Amazônia", disse José Natalino da Silva, brasileiro que é co-autor do estudo. "O problema é que ele abre caminho para a devastação maciça, para a agricultura". Silva acrescentou que o estudo não questiona a validade dos números oficiais de desmatamento brasileiros, divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mas sim os detalha.
                O corte seletivo, afirmou o estudo, aumentou a emissão de carbono em 25%. Ele também diminui a cobertura das copas das árvores, danificando a vegetação no solo, que se torna mais seca e mais propensa a incêndios. Vários projetos de desenvolvimento sustentável, financiados tanto pelo governo brasileiro como por agências internacionais, promovem o corte seletivo. Mas há limitações quanto ao tipo, à quantidade e à idade das árvores derrubadas.
                "Em florestas bem administradas, o corte seletivo apenas acelera o processo natural de morte e queda das árvores", disse Judson Ferreira Valentim, pesquisador da Embrapa. Os autores do estudo disseram que vão entregar os resultados para o governo brasileiro para que ele fiscalize o corte seletivo ilegal. (Reuters - Reuters Limited - todos os direitos reservados)

Bom, como vocês perceberam, esse texto não é um artigo nem matéria assinada. A única fonte bibliográfica que temos é que ele pertence à Agência Reuters. Assim, quando formos nos referir à autoria, devemos nos ater a esse nome.

PASSO 02 - Identificar o tópico frasal de cada parágrafo ou a sua ideia principal.
Devastação da Amazônia é subestimada em 50%
            O desmatamento na Amazônia pode ser o dobro do que se imagina por causa do corte "seletivo" de árvores, que não é detectado pelas imagens por satélite, afirmou na quinta-feira a revista Science. O método tradicional de avaliar o desmatamento é pela observação de clareiras em imagens por satélite. O corte seletivo de árvores ocorre quando árvores isoladas são derrubadas no meio da floresta.
            Pesquisadores do Carnegie Institution, em Washington, utilizaram um novo método de analisar as imagens por satélite e detectaram o corte seletivo nos cinco Estados que mais produzem madeira na Amazônia.
            A pesquisa, publicada na edição de 21 de outubro da Science, mostrou que a área de floresta danificada é entre 60% e 128% maior que a área desmatada oficial detectada entre 1999 e 2002. "Esperávamos ver grandes áreas desmatadas, mas a extensão da penetração do desmatamento na floresta é muito mais drástica do que imaginávamos", disse Michael Keller, do Serviço Florestal dos EUA e co-autor do estudo. Em agosto, o governo brasileiro avaliou que 9.106 quilômetros quadrados foram devastados entre agosto de 2004 e julho de 2005, bem menos que os 18.724 quilômetros quadrados observados no ano anterior.
            "Comparado ao desmatamento tradicional, o corte seletivo é o menor dos males, e não é o responsável direto pelo desmatamento na Amazônia", disse José Natalino da Silva, brasileiro que é co-autor do estudo. "O problema é que ele abre caminho para a devastação maciça, para a agricultura". Silva acrescentou que o estudo não questiona a validade dos números oficiais de desmatamento brasileiros, divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mas sim os detalha.
            O corte seletivo, afirmou o estudo, aumentou a emissão de carbono em 25%. Ele também diminui a cobertura das copas das árvores, danificando a vegetação no solo, que se torna mais seca e mais propensa a incêndios. Vários projetos de desenvolvimento sustentável, financiados tanto pelo governo brasileiro como por agências internacionais, promovem o corte seletivo. Mas há limitações quanto ao tipo, à quantidade e à idade das árvores derrubadas.
            "Em florestas bem administradas, o corte seletivo apenas acelera o processo natural de morte e queda das árvores", disse Judson Ferreira Valentim, pesquisador da Embrapa. Os autores do estudo disseram que vão entregar os resultados para o governo brasileiro para que ele fiscalize o corte seletivo ilegal. (20 de outubro de 2005 - Reuters - Reuters Limited - todos os direitos reservados)

Vamos imaginar que temos de fazer o resumo desse texto em apenas 10 linhas. Vamos tentar:

            Segundo divulgação da Agência Reuters de notícias, “Devastação da Amazônia é subestimada em 50%” (20 de outubro de 2005), o desmatamento pode ser o dobro do já divulgado, por causa do corte seletivo de árvores no meio da floresta. A informação é dos pesquisadores do Carnegie Institution, cuja pesquisa, publicada na edição 21, de outubro de 2005 na Revista Science, mostrou que a área danificada pode ser entre 60 a 128% maior do que os números oficiais. De acordo com José Natalino da Silva, brasileiro co-autor do estudo, o problema do corte seletivo é o de abrir caminho para a devastação maciça pela agricultura, além de diminuir a cobertura das copas das árvores, o que danifica a vegetação rasteira. Esse tipo de corte aumentou a emissão de carbono em 25% e, na opinião de Judson Ferreira Valentin – pesquisador da Embrapa – ele acelera a morte e queda das árvores.

E se fossem oito linhas, será que conseguiria?
            De acordo com a Agência Reuters (20/10/05) - “Devastação da Amazônia é subestimada em 50%” – estudo divulgado pelo Carnegie Instituition revela que o corte seletivo de árvores pode elevar em 60 a 128% o número real do desmatamento na floresta. É o que afirma pesquisa publicada na Revista Science (edição 21, 10/05), em que o brasileiro, co-autor da investigação, José Natalino da Silva, expõe ser o problema do corte seletivo o propiciar a devastação maciça pela agricultura,  diminui a cobertura das copas das árvores, danificando a vegetação rasteira. Além disso, o corte aumenta a emissão de carbono em 25% e, na opinião de Judson Ferreira Valentin – pesquisador da Embrapa – acelera a morte e queda das árvores.

Acho bom eu parar por aqui. Mas, se fosse obrigada a fazer uma redução ainda mais drástica, é claro que seria possível; só não poderia informar tantas datas, fontes e nomes, como fiz anteriormente. Acho que se eu pudesse tirar a questão da autoria e revelar apenas os dados publicados na Science, daria para chegar a cinco ou seis linhas. Mas não é isso que me propus a fazer.

Não se esqueçam de se certificar se o seu resumo cumpre as determinações do Passo 3, antes de entregar a produção.

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