domingo, 17 de outubro de 2010

PASSO A PASSO DO TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA – TDC

O texto de divulgação científica não é um texto científico, mas aquele que media o conhecimento científico da comunidade de especialistas para o público leigo. O que isso quer dizer? Bem, primeiro que não há a intenção de fornecer dados técnicos – pelo contrário. As informações presentes nesse gênero textual precisam ser de fácil acesso a qualquer tipo de leitor.
        Ele deve servir para atualizar o leitor sobre alguma novidade científica e/ou trazer à tona assuntos que ficaram esquecidos por falta de interesse da grande mídia. De vez em quando, é bom que se faça renascer certos assuntos para que eles não caiam no esquecimento. Também é bastante útil para pessoas que eram jovens demais na época do surgimento de novas teorias científicas e, no entanto, precisam estar atualizadas sobre assuntos das diversas ciências.
        As principais características dos textos de divulgação científica – TDC -  são:
·         Compreende uma prática social e, além disso, é constituído a partir da fusão de diferentes domínios discursivos, a saber: o discurso de cunho científico, o jornalístico e o quotidiano.

·         A divulgação é uma recriação do conhecimento científico, para torná-lo acessível ao público-leitor distanciado das ciências, isto é, seus leitores potenciais  podem ser leigos em determinados assuntos.

·         É um texto reformulado, o qual pode ter sido originado a partir de um artigo ou relatório acadêmico-científico, de uma entrevista ou até mesmo de uma tradução de um texto em língua estrangeira, direcionado para a população distanciada do vocabulário e das práticas científicas, mas que deseja e necessita do conhecimento das ciências.

·         Desse modo, seu discurso tem um fim específico, ou seja, informar descobertas que possam contribuir para melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e, para atingir tal propósito, é empregada uma linguagem simplificada, diferentemente da linguagem especializada usada pela comunidade científica. 

·         O produtor do TDC não é a origem do conhecimento, apenas um repassador de tal conhecimento. Assim, não cabe ao seu autor julgar as informações que está repassando. Seu objetivo maior é informar o que já foi descoberto e, se possível, apresentar a situação atual do uso dessa descoberta.

·         Pode haver referências diretas aos autores do novo conhecimento científico – uso do argumento de autoridade – ou não. O TDC pode, simplesmente, apagar a autoria original e apenas informar sobre a nova teoria. O uso concomitante dessas duas possibilidades também existe.

·         No caso da utilização do argumento de autoridade, direto ou indireto, pode aparecer certas marcas linguísticas como: segundo Fulano de tal..., de acordo com Sicrano... , conforme Beltrano... ou de verbos como anunciar, indicar,  apontar, afirmar, revelar, esclarecer, etc. Também utilamos a transposição do discurso direto para o indireto (Fulano afirmou que – ou seja, a fórmula Sujeito + verbo de dizer + conjunção subordinativa “que”).

O argumento indireto de autoridade pode ocorrer como nos exemplos a seguir:  

ü  Segundo um grupo internacional de cientistas, o uso das câmaras para conseguir o bronzeado artificialmente aumenta de maneira substancial o perigo de sofrer de melanoma, a forma mais grave de câncer de pele. (Zero Hora – 03/2007)

ü  De acordo com artigo publicado ontem na revista científica “New Scientífic”, os filhos das mulheres que consumiam chocolate na gravidez sob situação de estresse geralmente apresentavam menos medo perante situações novas. (Folha Online – 04/2004)

ü  Cientistas norte-americanos sugerem que a fumaça do cigarro não só acelera o envelhecimento da pele em regiões que recebem luz solar, mas também naquelas ocultas aos raios do sol. (Zero Hora – 03/2007)

ü  Crianças que começam a ver televisão muito cedo têm uma propensão maior ao déficit de atenção na idade escolar, indica um novo estudo. (Folha Online – 05-04-2004)

        Já os argumentos diretos de autoridade seguem os seguintes modelos:
ü  Quase a metade dos fármacos empregados na luta contra o câncer são produtos naturais ou se derivam deles, e isto se pode estender à maioria das doenças    afirmou Newman, diretor do Setor de produtos naturais do Instituto Nacional do Câncer nos E.U. (Zero Hora – 03/2007)

ü  Leitzmann  afirma  que agora as evidências são ainda mais fortes, porque seu estudo acompanhou os homens ao longo do tempo. (Folha online  - 07/04/2004).

·         Por se tratar de um texto jornalístico – portanto, uma narrativa jornalística – os verbos devem estar preferencialmente no passado – qualquer deles; e obedecer a estrutura desse gênero textual.

·         A linguagem deve ser formal, obedecendo às regras da norma culta da Língua Portuguesa.

PASSO 01 – Escolher um tema. Você pode acessar o Portal Positivo – com a sua chave, fornecida no início do ano – e fazer a pesquisa. Eu usei essa técnica. Na barra de pesquisa digitei “novidades científicas” e apareceram vários artigos sobre diferentes ramos das ciências. Eu escolhi o uso de células tronco na terapia regenerativa. Sobre esse assunto eu selecionei os seguintes textos:

http://www.educacional.com.br/imagens/forum/tit_conhecapolemica.gif - http://www.educacional.com.br/pesquisa/respostapalavra.asp?pg=1&tp=nova
Clonagem terapêutica
Muitas pessoas pensam que a clonagem serve apenas para a criação de cópias de seres humanos. Entretanto, vários cientistas a vêem como uma possibilidade de cura para diversas doenças que atualmente não podem ser tratadas. Trata-se da tão falada clonagem terapêutica.
Esse processo consiste em obter um embrião da pessoa doente por meio da clonagem e retirar as células-tronco dele. Essas células têm potencial para se transformar em qualquer tipo de célula adulta do nosso corpo, como, por exemplo, células cardíacas ou nervosas. Assim, elas poderiam ser estimuladas a se transformar no mesmo tipo de célula que estão lesadas no organismo do doente. Por exemplo: uma pessoa com leucemia que necessitasse de um transplante de medula seria clonada, dando origem a um embrião, do qual seriam retiradas células-tronco. Dessa forma, a pessoa seria doadora para si mesma, sem correr o risco de que seu organismo viesse a rejeitar o transplante, pois as células utilizadas seriam retiradas de seu clone, que apresentaria a mesma constituição genética que ela.
Mas ainda existe uma séria e relevante discussão envolvendo a técnica: embriões teriam de ser sacrificados em prol da vida do doente. Muitas pessoas no mundo inteiro se manifestam contra esse procedimento, alegando que, se o embrião não tivesse seu desenvolvimento interrompido, uma pessoa nasceria. Isso é comparar essa forma de clonagem a um aborto. Por outro lado, muitas pessoas portadoras de doenças genéticas ou lesões medulares que impedem a locomoção defendem essa técnica porque enxergam nela a única possibilidade de cura definitiva atualmente conhecida.
Silvia Schaefer — Professora de Biologia do portal

:Estamos ajudando pacientes a saírem da fila do transplante
Publicado em: 17/02/2006 - por César Munhoz
Dona Maria das Graças teve um acidente vascular cerebral (AVC) em 2004 e corria o risco de perder boa parte dos movimentos do corpo. Mas, apenas sete dias depois, já podia andar e mexer os braços.
Seu Nelson, na casa dos 70, possuía menos da metade do coração funcionando e mal tinha forças para realizar suas atividades diárias. Hoje, ele pratica exercícios físicos nas praias do Rio de Janeiro.
Essas duas histórias bem que poderiam fazer parte de um seriado de ficção científica ou, então, de uma lenda fantástica sobre alquimistas, poções mágicas e a fonte da juventude, mas é a realidade vivida por gente como o jovem cientista Alex Balduino, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e futuro coordenador do Laboratório de Pesquisa Básica e Aplicada do Grupo de Pesquisa do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro.
Ele é um dos pesquisadores brasileiros que se dedicam a compreender o funcionamento das células-tronco, que são como “células-coringa”, capazes de ajudar na regeneração de tecidos do corpo humano. Nesta entrevista, Alex explica em que estágio estamos hoje na pesquisa desse tipo de célula e que perspectivas essas descobertas podem trazer para o tratamento de diversas doenças.
http://www.educacional.com.br/imagens/entrevistas/fdo_tracejado1.gif
Quais são os tipos de células-tronco conhecidos atualmente e de que forma eles podem ser utilizados?

Basicamente, as células-tronco se dividem em duas grandes categorias: as embrionárias e as adultas. Teoricamente, a “melhor” célula-tronco para tratar qualquer tecido seria a embrionária — ou célula-tronco multipotente embrionária —, porque possui potencial para formar qualquer tecido. Ela é chamada assim porque é extraída no momento em que o embrião vai começar a se desenvolver. Por fazer parte dessa “massa” de dentro do embrião que acaba gerando um indivíduo inteiro, ela teria o potencial para formar todo e qualquer tecido que você encontra em uma pessoa.
A formação de cada tecido do corpo acontece à medida que as células-tronco embrionárias vão especializando-se, isto é, as células que constituirão o fígado se tornam “células de fígado”, as que formarão o osso viram “células de osso”, e assim sucessivamente. Teoricamente, todas elas se especializariam inteiramente, e não haveria outra célula capaz de produzir mais de um tipo de tecido. Ao longo do tempo, os pesquisadores observaram que nem todas as células de um tecido se especializam por inteiro. Por exemplo: hoje se sabe que, da medula óssea, é possível isolar uma célula que seja capaz de gerar não apenas osso, mas também cartilagem e tecido adiposo. Esse fenômeno acontece com vários outros tecidos do corpo. Essas células são capazes de formar diferentes tecidos, mas, ao contrário das células-tronco embrionárias, têm uma ação limitada, ou seja, não criam qualquer um, apenas alguns. Elas se chamam células-tronco pluripotentes adultas. Apesar de serem uma fonte importante para uso em terapia, sua utilização apresenta algumas desvantagens. Entre essas desvantagens, posso citar o fato de que as células-tronco adultas de alguns tecidos ainda não foram descobertas ou descritas, e outras são de difícil obtenção. No cérebro, por exemplo, há células-tronco que são capazes de gerar novos neurônios, mas elas ficam numa região de difícil acesso, o que dificulta sua obtenção e uso.
Por volta de 2003, uma equipe de pesquisadores liderada pela Dra. Catherine Verfaillie, nos EUA, conseguiu descobrir outro tipo de célula-tronco dentro do organismo adulto que tem um potencial semelhante ao da embrionária: é o que chamamos de célula-tronco mesodermal adulta. A partir de então, começaram a surgir trabalhos que mostravam a utilização de células-tronco da medula óssea para a regeneração de sistema nervoso, fígado, pele, enfim, de vários tecidos. Esse potencial das células-tronco derivadas da medula trouxe uma nova esperança para o tratamento de vários órgãos dos quais ainda não sabemos isolar e manipular as células-tronco. Além disso, com a injeção dessas células, começou-se a observar também que novos vasos sangüíneos surgiam dentro do órgão que se estava tentando recuperar e que, com isso, era possível voltar a irrigar uma região antes danificada. Dessa forma, as células do próprio órgão eram capazes de atuar nessa regeneração, identificando uma ação indireta das células da medula injetadas no tecido danificado. Por exemplo: injetando-se essa célula-tronco no fígado, pode-se não necessariamente produzir novas células de fígado, mas novos vasos que vão revascularizar a região danificada e permitir a geração de novos “hepatócitos” (que é como são chamadas as células que formam o fígado) pelo próprio órgão. No infarto do miocárdio, ocorre um bloqueio da corrente sangüínea, e o tecido morre por falta de sangue. Em um acidente vascular cerebral (AVC), a circulação sangüínea é obstruída, e uma porção do cérebro morre porque não há sangue. Temos observado que essas células-tronco podem se diferenciar em células desses órgãos ou gerar novos vasos que permitem a regeneração deles ou, ainda, realizar as duas ações ao mesmo tempo.

E quanto às células do cordão umbilical?

Do cordão umbilical não se extraem células-tronco embrionárias. Normalmente, as células-tronco extraídas dele se encaixam na mesma categoria das adultas. Ele é utilizado somente como fonte de células hematopoiéticas (que atuam na formação do sangue) para transplante de medula, caso o indivíduo venha a precisar disso.
No cordão umbilical também existe uma categoria de células semelhante àquela descoberta por Catherine Verfaillie. Essas células estão sendo estudadas e podem ser uma promessa para o futuro. Ou seja, caso as pesquisas se confirmem, futuramente poderemos usar células-tronco do cordão em terapias de diversos órgãos e não apenas para a medula óssea.

Que tipo de resultado prático tem sido percebido nos pacientes que recebem algum tipo de tratamento com células-tronco?

Em nosso grupo de pesquisa, temos observado que eles vêm recuperando-se muito bem.
Os pacientes cardíacos que estavam na fila do transplante e foram tratados com células da medula óssea, hoje não precisam mais do transplante. Os que tiveram AVC recentemente também se restabelecem muito bem. Em questão de meses, tem-se a recuperação quase total das áreas nas quais se injetam as células. E se reduz muito a probabilidade de seqüelas quando são introduzidas células-tronco no lugar da lesão. No caso de dona Maria das Graças, a região afetada pelo AVC traria seqüelas para os movimentos, mas ela já consegue andar normalmente e, agora, está apenas se tratando para recuperar totalmente a fala. Sete dias depois da injeção das células, ela já andava e mexia os braços. Há também o caso do senhor Nelson, que foi um dos primeiros pacientes com infarto do coração a ser tratado com as células da medula. Antes, ele não conseguia subir dois degraus, pois não conseguia respirar direito e sempre tinha de parar o que estava fazendo para descansar. Tinha 71 anos e 70% do coração comprometido. Ele se tratou há cerca de três anos e, hoje, trabalha e faz exercícios na praia. Pacientes com outras doenças teriam esses mesmos benefícios. O pâncreas de uma pessoa com diabete tipo 1, por exemplo, não produz insulina porque possui uma deficiência. Com as células-tronco, pode-se criar novas células da Ilhota de Langerhans, parte do pâncreas responsável pela produção de insulina. Mas nosso grupo de pesquisa ainda não trabalha com pâncreas nem do fígado. Além do coração e do sistema nervoso, trabalhamos também um pouco com pele.

Por que há tanta
polêmica envolvendo o uso de células-tronco embrionárias?
Além das discussões éticas e religiosas, existe um problema técnico.
Ao longo do processo de desenvolvimento do embrião que dará origem a um indivíduo, a natureza dita a cada uma das células-tronco que papel deve cumprir (ou seja, se vai se tornar uma célula do fígado, muscular, do sistema nervoso, etc.). Muitos pesquisadores conseguem reproduzir esse processo em laboratório, isolando as células-tronco embrionárias e induzindo-as, na placa de cultura, a formar um tecido especifico. Mas aí surge uma grande questão: quando se faz essa indução de diferenciação em uma placa de cultura, as células resultantes são iguais àquelas formadas durante o desenvolvimento embrionário natural? Testes feitos no cérebro de camundongos mostraram que algumas das células-tronco embrionárias injetadas podem acabar revertendo seu processo de diferenciação, isto é, “desdiferenciarem-se” e voltar a ser “células-tronco embrionárias”. E isso é um grande problema, porque, se for injetada uma célula-tronco no cérebro e ela não se tornar um neurônio, primeiro, ela não será útil e, segundo, vai se transformar em uma massa indefinida que poderá dar origem a um tumor.
Nesse aspecto, a vantagem de usar uma célula-tronco adulta é que não é preciso “guiá-la”, pois ela já passou pelo processo de desenvolvimento embrionário e “sabe” no que pode e deve se transformar. A probabilidade de ela formar tumor é muitíssimo menor que no caso de uma embrionária. Ela tem uma potencialidade limitada, ou seja, não pode ser utilizada para tudo, mas pode ser usada com mais segurança. Mas, a partir do momento que se descobrir como gerar exatamente uma célula especializada a partir de uma célula-tronco embrionária, teremos a faca e o queijo na mão.
Eu não diria que a discussão sobre as células-tronco embrionárias é apenas religiosa. Há essas questões técnicas que citei e também a questão sobre “onde começa a vida”. Isso depende do ponto de vista de cada cientista ou cidadão. Algumas pessoas dizem que, desde o zigoto (formado pela união dos gametas masculino e feminino), já se tem toda a programação da vida e, teoricamente, um indivíduo em potencial. De outro lado, existem pesquisadores que encaram o embrião como uma “maçaroca” de células que, uma vez fora da barriga da mãe, pode ser utilizada sem problemas.

Qual é a sua opinião sobre o assunto?

Honestamente, ainda não tenho uma opinião formada sobre isso. Reconheço que é uma posição um pouco “em cima do muro”, até porque o estudo e o possível uso de células-tronco embrionárias já são quase um fato. Por um lado, estamos lidando com vidas em potencial. Por outro, esses
embriões podem ser utilizados em pesquisas e ajudar na criação de outras terapias. E, quando se pensa nas clínicas de fertilização in vitro, é claro que, em vez de jogar um embrião fora, é melhor doá-lo para estudos.

E a clonagem terapêutica? Como funciona e para que serve?

Com exceção dos linfócitos, todas as células do meu corpo têm o mesmo genoma — ou material genético — completo. Ou seja, possuem todas as informações necessárias para formar um indivíduo igualzinho a mim.
A clonagem terapêutica funciona assim: pega-se um ovócito (o gameta feminino) e substitui-se o material genético dele pelo de uma célula adulta do paciente a ser tratado, gerando-se um novo zigoto. Então, este se desenvolve até o estágio de blastocisto, que é quando surgem as células-tronco embrionárias, e essas células são extraídas. A vantagem da clonagem é que, nesse caso, não há rejeição das células injetadas, porque o paciente recebe células-tronco que possuem o mesmo genoma que ele.
Mas aí voltamos àquela questão: se o paciente doou o material genético para a formação daquele embrião, e foi tudo feito in vitro, teoricamente ele deve ser o dono dessas células. No entanto, se pararmos para pensar, esse embrião é um “irmão gêmeo” do paciente e uma vida em potencial. Afinal, ele é um novo indivíduo ou é um conjunto de células de propriedade do paciente?

Por que a terapia com células-tronco, no estágio em que se encontra atualmente, não serve para pessoas com doenças genéticas?

Se uma pessoa tiver um problema genético no osso e forem usadas suas células-tronco adultas, que possuem a informação genética dela, o problema não será resolvido. Fazer a clonagem terapêutica não vai adiantar pela mesma razão. A não ser que ela tivesse um problema pontual, como, por exemplo, se uma de suas células sofreu mutação (o que não deixa de ser um problema genético). Alguns tipos de câncer surgem assim: uma célula sofre mutação genética e se descontrola. Nesse caso, isola-se o tumor e trata-se o defeito com as células-tronco adultas ou embrionárias clonadas normais, mas isso não pode ser feito quando o defeito genético é generalizado, isto é, atinge todas as células.

Atualmente, quais são os países mais avançados na pesquisa com células-tronco e qual é a posição do Brasil nesse contexto?

Isso depende do tipo de célula estudado. Na Itália, as pesquisas com células-tronco mesenquimais e a utilização destas em terapias de osso e cartilagem estão muito avançadas. O Brasil é pioneiro nos estudos de coração e está no mesmo nível da Inglaterra em relação ao uso de células-tronco adultas da pele. Os EUA têm grandes grupos espalhados pesquisando vários tipos de células-tronco, principalmente as do sistema nervoso. É um país avançado também nos estudos básicos de células-tronco da pele e do intestino. Já no Brasil, desenvolvemos mais a parte clínica da utilização dessas células. Sobre o uso das embrionárias, ainda não temos um pólo definido. Pensávamos que a Coréia estava à frente, até com a clonagem, mas descobrimos que os dados desse país eram falsos. A Inglaterra possui algumas pesquisas sobre células-tronco embrionárias e parece ser pioneira no estudo da clonagem terapêutica.
Todos as nações que até hoje se mostraram capazes de pesquisar essas células têm alguma regulamentação, seja concedendo incentivos ou criando impedimentos. Nos EUA, por exemplo, não é permitido empregar dinheiro público para estudar células-tronco embrionárias. No Brasil, pode-se usar os embriões das clínicas de fertilização in vitro, mas somente quando estão congelados há três anos. Nós, brasileiros, também não podemos realizar nenhum tipo de trabalho gênico em células-tronco embrionárias, mas apenas estudá-las na íntegra. E a clonagem é proibida no Brasil.

Quais são os principais obstáculos enfrentados pelos pesquisadores de células-tronco em nosso país atualmente?

Os mesmos enfrentados por todos os pesquisadores, e o principal é a falta de financiamento. A maioria dos produtos que utilizamos é importada, ou seja, muito cara. E o investimento é pouco. Eu faço parte de um grupo grande, que conta com uma boa ajuda, mas a maioria dos cientistas não.
Os cientistas brasileiros são realmente bons. Quando vão para o exterior, conversam no mesmo nível dos norte-americanos e europeus. Mas, nos EUA e na Europa, eles têm muito mais financiamento que a gente. Podem comprar mais e melhores equipamentos e produtos, e isso acelera o processo. Então, o que fazemos em um ano, eles realizam em três meses, apesar de termos o mesmo nível de conhecimento.
Nós, no Brasil, podemos receber verbas tanto do governo quanto da iniciativa privada. Cheguei a ler pesquisas de cerca de três anos atrás em que se fazia uma comparação de investimentos no Brasil e EUA. Foi um pouco depois que o presidente Bush proibiu o financiamento federal de estudos com células-tronco embrionárias. Nos EUA, 90% do dinheiro aplicado em estudos com células-tronco vem da iniciativa privada. No Brasil, é exatamente o contrário. Não sei se esse percentual mudou, mas esse é o dado mais atual que tenho.

Que desdobramentos da terapia com células-tronco você imagina que ocorrerão no futuro?

Está sendo estudada — algo para daqui a uns 20 anos — uma associação da utilização das células-tronco com a terapia gênica. Isolam-se as células-tronco adultas do paciente que tenha um defeito genético generalizado, remove-se o gene problemático, substitui-se por um normal e implanta-se o material no paciente para tentar recuperar o órgão danificado. Além disso, penso que no futuro também será possível criar tecidos in vitro com mais eficiência, o que seria a tal “bioengenharia tecidual”, isto é, conseguir gerar, em laboratório, na placa de cultura, tecidos iguais aos produzidos in vivo (aqueles gerados naturalmente, durante o desenvolvimento do indivíduo). Talvez possamos criar órgãos ou pedaços deles em laboratório. Assim, em vez de injetarmos as células no paciente e deixar que elas se organizem e regenerem o tecido, geraríamos o tecido in vitro e o implantaríamos “pronto” no indivíduo.
   http://www.educacional.com.br/include/CropDinamico.asp?img=/upload/_restrito/AdminVoxel/Pessoa/biografia_foto_485.JPG&h=180&w=140&direcao=centro            Alex Balduino de Souza é biomédico, mestre em Ciências Morfológicas, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e futuro coordenador do Laboratório de Pesquisa Básica e Aplicada do Grupo de Pesquisa do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro.


            Também selecionei um texto da revista VEJA ON-LINE:
Março de 2008 - http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/biosseguranca/index.shtml
Lei de Biossegurança - Fabiano Accorsi
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/biosseguranca/imagens/celula01.jpg

Prestes a completar
dois anos em vigor, a Lei de Biossegurança sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva segue entre polêmicas. A principal delas diz respeito ao artigo 5º, que libera as pesquisas com células-tronco embrionárias no país. A questão foi levada ao Supremo Tribunal Federal em maio de 2005 pelo ex-procurador da República Cláudio Fonteles, que considera o artigo inconstitucional. Fonteles argumenta que o artigo 5º da Constituição Federal garante o direito à inviolabilidade da vida humana, e que os embriões são seres vivos. Coube ao STF decidir quando começa a vida. A atual Lei de Biossegurança, embora permita estudos com as células-tronco embrionárias e também a produção de alimentos transgênicos, restringe uma série de outras atividades que envolvam o bem-estar de seres humanos. Entenda o que estipula a lei sobre os organismos geneticamente modificados. 
http://veja.abril.com.br/veja_online_2006/imagens/pix.gif

1. O que a Lei de Biossegurança visa regulamentar?
A lei de Biossegurança estabelece as normas e mecanismos de fiscalização que regulamentam qualquer atividade que envolva organismos geneticamente modificados e seus derivados. Seu texto abrange, portanto, desde o cultivo de alimentos transgênicos e a engenharia genética até as pesquisas com células-tronco embrionárias.

2. Quando ela foi sancionada?
A lei foi sancionada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva em 24 de março de 2005, dois anos após seu projeto ter sido enviado ao Congresso. Antes de ser aprovado, o texto foi modificado e teve sete artigos vetados por Lula, entre eles o que confere pena de 2 a 4 anos de detenção com multa para quem liberar organismos geneticamente modificados no ambiente sem seguir as regras determinadas pela lei. A penalidade foi considerada muito rígida pelo Planalto.

3. Para que fins é permitida a utilização de células-tronco produzidas a partir de embriões humanos?
Ela é permitida apenas para fins terapêuticos e de pesquisa científica.

4. Os institutos de pesquisa têm autonomia sobre suas pesquisas com as células embrionárias?
Não, pela lei, as instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizam pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas devem submeter seus projetos à apreciação e aprovação de comitês de ética em pesquisa. Além disso, os institutos devem obter a autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio).

5. Que tipo de embriões podem ser utilizados em pesquisas?
Apenas os embriões inviáveis – aqueles que, na fertilização in vitro, não são introduzidos no útero da mulher por não possuir qualidade para implantação (podem estar muito fragmentados ou pararam de se dividir) ou por conterem mutações responsáveis por doenças genéticas – e os embriões congelados há mais de três anos. Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.

6. A lei permite que o material produzido a partir destas células seja comercializado?
Não. A comercialização é crime sujeito à pena de reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa.


7. É a primeira lei do tipo no país?
Não. O Brasil já possuía uma Lei de Biossegurança (Lei 8.794/95), adaptada da legislação européia. O texto foi o primeiro sancionado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1995. O projeto disciplinava a manipulação e uso dos organismos geneticamente modificados, denominados transgênicos, normatizando a pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte, importação, produção, armazenamento e comercialização. Tal lei proibia as pesquisas com embriões e criava a CNTBio, para funcionar com um órgão de consulta dos Ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Agricultura.


PASSO 02 – considerando que nosso texto deverá ter, no mínimo, 30  e, no máximo, 50 linhas, é preciso um grande resumo sobre todas essas informações. Como vocês puderam perceber por minhas marcas em vermelho, as informações são abundantes. É claro que eu terei de “fazer experiências”, ou seja, tentar a escrita mais de uma vez, até que ela cumpra com a proposta de 30 a 50 linhas (extensão comum aos textos jornalísticos). Esses “treinos”, digamos assim, também servem para eu ir melhorando a abordagem do tema escolhido, de modo a não fugir dele. Com tanta informação, é fácil escapar do meu propósito inicial.

PASSO 03 – Colocar a preguiça e o medo de lado e começar a escrever. Porém, primeiro, vou juntar todas as informações selecionadas para não ter que ficar indo e voltando nos textos originais. Juro que não é uma desculpa para adiar a escrita!

1. Silvia Schaefer — Professora de Biologia do Portal Positivo
·          clonagem terapêutica consiste em obter um embrião da pessoa doente por meio da clonagem e retirar as células-tronco dele. Elas poderiam ser estimuladas a se transformar no mesmo tipo de célula que estão lesadas no organismo do doente. Por exemplo: uma pessoa com leucemia que necessitasse de um transplante de medula seria clonada, dando origem a um embrião, do qual seriam retiradas células-tronco. Dessa forma, a pessoa seria doadora para si mesma, sem correr o risco de que seu organismo viesse a rejeitar o transplante, pois as células utilizadas seriam retiradas de seu clone. 

2. ALEX BALDUINO – doutorando em Ciências Morfológicas
·          Alex Balduino, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e futuro coordenador do Laboratório de Pesquisa Básica e Aplicada do Grupo de Pesquisa do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro,  é um dos pesquisadores brasileiros que se dedicam a compreender o funcionamento das células-tronco, que são como “células-coringa”, capazes de ajudar na regeneração de tecidos do corpo humano. (A SER UTILIZADO COMO CURRÍCULO DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE)

·          as células-tronco se dividem em duas grandes categorias: as embrionárias e as adultas. Teoricamente, a “melhor” célula-tronco para tratar qualquer tecido seria a embrionária — ou célula-tronco multipotente embrionária —, porque possui potencial para formar qualquer tecido. Ela é chamada assim porque é extraída no momento em que o embrião vai começar a se desenvolver. Por fazer parte dessa “massa” de dentro do embrião que acaba gerando um indivíduo inteiro, ela teria o potencial para formar todo e qualquer tecido que você encontra em uma pessoa. (A SER UTILIZADO COMO JUSTIFICATIVA PARA O TIPO DE TERAPIA QUE DESEJO APRESENTAR)

·          Os pacientes cardíacos que estavam na fila do transplante e foram tratados com células da medula óssea, hoje não precisam mais do transplante. Os que tiveram AVC recentemente também se restabelecem muito bem. Em questão de meses, tem-se a recuperação quase total das áreas nas quais se injetam as células. E se reduz muito a probabilidade de seqüelas quando são introduzidas células-tronco no lugar da lesão.

·          Um AVC traria seqüelas para os movimentos, mas ela já consegue andar normalmente e, agora, está apenas se tratando para recuperar totalmente a fala. Sete dias depois da injeção das células, ela já andava e mexia os braços.

·          No caso do infarto do coração a ser tratado com as células da medula. Antes, ele não conseguia subir dois degraus, pois não conseguia respirar direito e sempre tinha de parar o que estava fazendo para descansar. Tinha 71 anos e 70% do coração comprometido. Ele se tratou há cerca de três anos e, hoje, trabalha e faz exercícios na praia. Pacientes com outras doenças teriam esses mesmos benefícios.

·          A polêmica envolvendo o uso de células-tronco embrionárias, além das discussões éticas e religiosas, existe um problema técnico, porque, se for injetada uma célula-tronco no cérebro e ela não se tornar um neurônio, primeiro, ela não será útil e, segundo, vai se transformar em uma massa indefinida que poderá dar origem a um tumor.

·          Algumas pessoas dizem que, desde o zigoto (formado pela união dos gametas masculino e feminino), já se tem toda a programação da vida e, teoricamente, um indivíduo em potencial. De outro lado, existem pesquisadores que encaram o embrião como uma “maçaroca” de células que, uma vez fora da barriga da mãe, pode ser utilizada sem problemas.


·          no Brasil e EUA, foi um pouco depois que o presidente Bush proibiu o financiamento federal de estudos com células-tronco embrionárias. Nos EUA, 90% do dinheiro aplicado em estudos com células-tronco vem da iniciativa privada. No Brasil, é exatamente o contrário.
·          desdobramentos da terapia com células-tronco você imagina que ocorrerão no futuro?
Está sendo estudada — algo para daqui a uns 20 anos — uma associação da utilização das células-tronco com a terapia gênica. Isolam-se as células-tronco adultas do paciente que tenha um defeito genético generalizado, remove-se o gene problemático, substitui-se por um normal e implanta-se o material no paciente para tentar recuperar o órgão danificado. Além disso, penso que no futuro também será possível criar tecidos in vitro com mais eficiência, o que seria a tal “bioengenharia tecidual (A SER USADO COMO CONCLUSÃO)

3. REVISTA VEJA ON LINE (A SER UTILIZADO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO E INTRODUÇÃO)

·          dois anos em vigor, a Lei de Biossegurança sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva segue entre polêmicas.

·          A lei de Biossegurança estabelece as normas e mecanismos de fiscalização que regulamentam qualquer atividade que envolva organismos geneticamente modificados e seus derivados. Seu texto abrange, portanto, desde o cultivo de alimentos transgênicos e a engenharia genética até as pesquisas com células-tronco embrionárias.

·          A lei foi sancionada em 24 de março de 2005, em substituição à antiga O Brasil já possuía uma Lei de Biossegurança (Lei 8.794/95), Tal lei proibia as pesquisas com embriões e criava a CNTBio, para funcionar com um órgão de consulta dos Ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Agricultura.

·          utilização de células-tronco produzidas a partir de embriões humanos? Ela é permitida apenas para fins terapêuticos e de pesquisa científica.

·          embriões podem ser utilizados em pesquisas? Apenas os embriões inviáveis – aqueles que, na fertilização in vitro, não são introduzidos no útero da mulher por não possuir qualidade para implantação (podem estar muito fragmentados ou pararam de se dividir) ou por conterem mutações responsáveis por doenças genéticas – e os embriões congelados há mais de três anos. Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.

·          Existem diferentes tipos de células-tronco, mas a diferença básica está na existência de células-tronco embrionárias e células precursoras do organismo já desenvolvido, chamadas células-tronco adultas, por estarem presentes em recém-nascidos e no cordão umbilical.

·          clonagem terapêutica consiste em obter um embrião da pessoa doente por meio da clonagem e retirar as células-tronco dele. Elas poderiam ser estimuladas a se transformar no mesmo tipo de célula que estão lesadas no organismo do doente. Por exemplo: uma pessoa com leucemia que necessitasse de um transplante de medula seria clonada, dando origem a um embrião, do qual seriam retiradas células-tronco. Dessa forma, a pessoa seria doadora para si mesma, sem correr o risco de que seu organismo viesse a rejeitar o transplante, pois as células utilizadas seriam retiradas de seu clone. 

·          As células-tronco embrionárias têm a capacidade de se transformar em praticamente qualquer célula do corpo, com exceção da placenta, e são encontradas somente nos embriões. É essa capacidade que permite que um embrião se transforme em um organismo pluricelular formado. Cerca de cinco dias após a fertilização, o embrião humano se torna um blastocisto - uma esfera com aproximadamente 100 células. As encontradas em sua camada externa vão formar a placenta e outros órgãos necessários ao desenvolvimento fetal do útero. Já as existentes em seu interior, células-tronco embrionárias, formam quase todos os tecidos do corpo. Apesar de estudadas desde o século 19, há apenas 20 anos pesquisadores conseguiram cultivar em laboratório células retiradas da massa celular interna de blastocistos de camundongos. Essas células conhecidas como ES podem se proliferar indefinidamente in vitro sem se diferenciar, mas também podem se diferenciar se forem modificadas as condições de cultivo. A grande conquista dos cientistas foi encontrar as condições adequadas para que as células ES proliferem e continuem indiferenciadas.
·          embriões podem ser utilizados em pesquisas e ajudar na criação de outras terapias. E, quando se pensa nas clínicas de fertilização in vitro, é claro que, em vez de jogar um embrião fora, é melhor doá-lo para estudos.

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PASSO 04 – Da forma como estão dispostos os recortes feitos por mim nos textos selecionados, não dá para saber se eles atendem às minhas necessidades para o desenvolvimento do TDC desejado. Então, a solução que eu encontrei foi organizá-los da seguinte forma:
 

































PASSO 05 – Eu não posso utilizar as informações selecionadas acima da forma como estão, simplesmente porque elas não são minhas. Eu as copiei. Usar o texto de outro como se fosse nosso é crime, além de ser antiético. Preciso transformar essa coleta em um texto que seja apenas e realmente meu, apesar de conter a “voz” de outras pessoas (mesmo porque eu não sou cientista).

O esquema proposto acima permite que a gente não fuja do tema e não caia na armadilha de “falar demais e não dizer nada”. Porém, somente esses dados não permitem o desenvolvimento do texto. Eu preciso coletar algumas informações que ficaram para trás, marcadas como introdução, conclusão, etc.

PASSO 06 – Finalmente o texto! O primeiro deles, pelo menos!

        Sancionada em 24 de março de 2005, pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva, a atual lei brasileira de biossegurança estabeleceu novas normas e mecanismos de fiscalização que possam servir de regulamentação às atividades científicas com organismos geneticamente modificados.
        Ela ampliou o texto anterior,  Lei 8.794/95, que proibia as pesquisas com embriões, mas já criava a CNTBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), para funcionar com um órgão de consulta dos Ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Agricultura.
        A legislação em vigor permite a utilização de células-tronco produzidas a partir de embriões humanos apenas para fins terapêuticos e de pesquisa científica. Somente os embriões inviáveis – aqueles que, na fertilização in vitro, não são introduzidos no útero da mulher, por não possuírem qualidades para implantação ou por conterem mutações responsáveis por doenças genéticas – e os embriões congelados há mais de três anos é que podem ser utilizados, sempre com o consentimento dos pais.      Outra técnica permitida pela nova lei é a terapia que cria embriões clonados de pessoas doentes para serem usados nesses próprios pacientes, segundo informações obtidas com Silvia Schaefer — Professora de Biologia do Portal Positivo
        As células-tronco se dividem em duas grandes categorias: as embrionárias e as adultas. Teoricamente, a “melhor” célula-tronco para tratar qualquer tecido seria a embrionária — ou célula-tronco multipotente embrionária —, porque possui potencial para formar qualquer tecido. Ela é chamada assim porque é extraída no momento em que o embrião vai começar a se desenvolver.
        Por fazer parte dessa “massa” de dentro do embrião que acaba gerando um indivíduo inteiro, ela teria o potencial para formar qualquer tecido encontrado em uma pessoa. É o que informa Alex Balduino, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele é um dos pesquisadores brasileiros que se dedicam a compreender o funcionamento das células-tronco, chamadas “células-coringa”, capazes de ajudar na regeneração de tecidos do corpo humano.
        A possibilidade de tratar o doente com células tronco, sejam embrionárias ou adultas, na opinião de Balduíno, é muito grande. Pacientes cardíacos na fila de espera por transplantes convencionais – que podem levar dias, meses ou até anos para serem contemplados com a doação de um órgão compatível – se tratados com a nova terapia regenerativa com células da medula óssea, não precisam mais do transplante.
        No caso daqueles que tiveram recentemente um AVC (Acidente vascular cerebral) também se restabelecem muito bem. Em questão de meses, tem-se a recuperação quase total das áreas nas quais se injetam as células e se reduz muito a probabilidade de seqüelas quando são introduzidas células-tronco no lugar da lesão. Sete dias depois da injeção das células, o paciente já andava e mexia os braços, de acordo com o pesquisador.
        Segundo o pesquisador brasileiro, há o exemplo de um doente com 71 anos e 70% do coração comprometido. Ele se tratou há cerca de três anos e, hoje, trabalha e faz exercícios na praia. Pacientes com outras doenças teriam esses mesmos benefícios. no caso do infarto do coração a ser tratado com as células da medula.
        Embora os resultados obtidos com as novas técnicas de tratamento regenerativo sejam surpreendentes e animadores, a nova terapia continua a gerar polêmica. Algumas pessoas defendem que, desde o zigoto (formado pela união dos gametas masculino e feminino), já se tem toda a programação da vida e, teoricamente, um indivíduo em potencial. Isso tornaria o processo para obtenção de células tronco embrionárias uma forma de aborto do futuro ser.
        Quanto a essa afirmação, pesquisadores defendem ser o embrião uma “maçaroca” de células que, uma vez fora da barriga da mãe, pode ser utilizada sem problemas.

        Contudo, a polêmica envolvendo o uso de células-tronco embrionárias, além das discussões éticas e religiosas, não para por aí. Existe um problema técnico também, na opinião de Alex Balduíno. Se for injetada uma célula-tronco no cérebro e ela não se tornar um neurônio, primeiro, ela não será útil e, segundo, vai se transformar em uma massa indefinida que poderá dar origem a um tumor.
        As questões éticas e religiosas estão longe de encontrar uma solução. Porém, o pesquisador acredita que não há caminho de volta. Para ele, a nova terapia só tende a se desenvolver. Já tiveram início estudos que viabilizarão, para  daqui há vinte anos, a associação da utilização das células-tronco com a terapia gênica. Isolam-se as células-tronco adultas do paciente que tenha um defeito genético generalizado, remove-se o gene problemático, substitui-se por um normal e implanta-se o material no paciente para tentar recuperar o órgão danificado. “Além disso, penso que no futuro também será possível criar tecidos in vitro com mais eficiência, o que seria a tal “bioengenharia tecidual”, conclui o pesquisador.

        Enfim, meu primeiro texto! Agora tenho de checar se ele atende às especificações da proposta, da estrutura do gênero textual e tudo o mais que caracteriza um TDC.
        Problemas! Quanto ao conteúdo, parece haver um problema de coesão interna já no início do texto. Eu não esclareci que existem dois tipos de células tronco, só juntei essa informação sem nenhuma passagem das células embrionários para as células adultas. Além disso, setenta e quatro linhas estão longe de parecerem 50! Vou ter de começar a “terapia” de lipoaspiração em minha produção. Ai, Jesus!
        Vou começar pelo óbvio: a introdução. Depois, terei de ser menos leniente com o resto e isso será bastante difícil para mim. Porém, se o sofrimento é inevitável, o melhor é começar logo.
       
        Sancionada em 2005, a lei brasileira de biossegurança estabeleceu normas e mecanismos de fiscalização para as atividades científicas com organismos geneticamente modificados. Ela    permite, entre outras ações,  a utilização de células-tronco produzidas a partir de embriões humanos para fins terapêuticos e de pesquisa científica. Embriões inviáveis e os congelados há mais de três anos podem ser utilizados, com o consentimento dos pais. A lei também prevê a criação de embriões clonados de pessoas doentes para uso próprio, além do uso de células-tronco adultas, de acordo com Silvia Schaefer — Professora de Biologia do Portal Positivo.
        Para entender melhor, as células-tronco se dividem em duas grandes categorias: as embrionárias e as adultas. Porém, teoricamente, a “melhor” célula-tronco para tratar qualquer tecido seria a embrionária — ou célula-tronco multipotente embrionária —, porque possui potencial para formar qualquer tecido. Ela é extraída no momento em que o embrião vai começar a se desenvolver.
        Por fazer parte dessa “massa” de dentro do embrião que acaba gerando um indivíduo inteiro, a célula teria o potencial para formar qualquer tecido encontrado em uma pessoa. É o que informa Alex Balduino, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele é um dos pesquisadores brasileiros que se dedicam a compreender o funcionamento das células-tronco, capazes de ajudar na regeneração de tecidos do corpo humano.
        As vantagens do tratamento com células-tronco embrionárias ou adultas, na opinião de Balduíno, são enormes. Pacientes cardíacos,  tratados com a nova terapia regenerativa com células da medula óssea, não precisam mais do transplante. Um doente com 71 anos e 70% do coração comprometido teria se tratado dessa forma há três anos e, hoje, trabalha e já faz exercícios.  Pacientes com outras doenças teriam esses mesmos benefícios.
        Aqueles que tiveram AVC (Acidente vascular cerebral), afirma Balduíno, em questão de meses se recuperam quase totalmente, reduzindo-se a probabilidade de seqüelas. Sete dias depois da injeção das células, o paciente já pode andar e mexer os membros superiores.
        Embora os resultados obtidos com as novas técnicas sejam surpreendentes, elas ainda geram polêmica. Pessoas defendem que desde a fecundação do óvulo, mesmo in vitro, há toda a programação da vida e a possibilidade de um ser. Isso tornaria o processo de obtenção de células-tronco embrionárias em aborto. Pesquisadores refutam a ideia, pois consideram o embrião uma “maçaroca” de células fora da barriga da mãe.
        As novas terapias, além de suscitarem discussões éticas e religiosas, podem trazer problemas técnicos. Se for injetada uma célula-tronco no cérebro e ela não se tornar um neurônio, além de ser inútil para a recuperação do doente,  ela pode se transformar em tumor.       Apesar disso, o pesquisador acredita que não há caminho de volta.
        Estudos preveem para daqui vinte anos a associação das células-tronco com a terapia gênica. Isolam-se as células-tronco adultas do paciente que tenha um defeito genético generalizado, remove-se o gene problemático, substitui-se por um normal e implanta-se o material no paciente para tentar recuperar o órgão danificado. “Além disso, penso que no futuro também será possível criar tecidos in vitro com mais eficiência, o que seria a tal “bioengenharia tecidual”, conclui Balduíno.


        Oba! Enfim um texto de cinquenta linhas! Achei que não fosse conseguir. Ô trem difícil, sô!
        Agora falta escolher um título bem interessante e dar por terminada a minha missão. Eu escolhi: A Vida em debate. E meu texto final ficou assim:

A vida em debate

        Sancionada em 2005, a lei brasileira de biossegurança estabeleceu normas e mecanismos de fiscalização para as atividades científicas com organismos geneticamente modificados. Ela    permite, entre outras ações,  a utilização de células-tronco produzidas a partir de embriões humanos para fins terapêuticos e de pesquisa científica. Embriões inviáveis e os congelados há mais de três anos podem ser utilizados com o consentimento dos pais. A lei também prevê a criação de embriões clonados de pessoas doentes para uso próprio, além do uso de células-tronco adultas, de acordo com Silvia Schaefer — Professora de Biologia do Portal Positivo.
        Para entender melhor, as células-tronco se dividem em duas grandes categorias: as embrionárias e as adultas. Porém, teoricamente, a “melhor” célula-tronco para tratar qualquer tecido seria a embrionária — ou célula-tronco multipotente embrionária —, porque possui potencial para formar qualquer tecido. Ela é extraída no momento em que o embrião vai começar a se desenvolver.
        Por fazer parte dessa “massa” de dentro do embrião que acaba gerando um indivíduo inteiro, a célula teria o potencial para formar qualquer tecido encontrado em uma pessoa. É o que informa Alex Balduino, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele é um dos pesquisadores brasileiros que se dedicam a compreender o funcionamento das células-tronco, capazes de ajudar na regeneração de tecidos do corpo humano.
        As vantagens do tratamento com células-tronco embrionárias ou adultas, na opinião de Balduíno, são enormes. Pacientes cardíacos,  tratados com a nova terapia regenerativa com células da medula óssea, não precisam mais do transplante. Um doente com 71 anos e 70% do coração comprometido teria se tratado dessa forma há três anos e, hoje, trabalha e já faz exercícios.  Pacientes com outras doenças teriam esses mesmos benefícios.
        Aqueles que tiveram AVC (Acidente vascular cerebral), afirma Balduíno, em questão de meses se recuperam quase totalmente, reduzindo-se a probabilidade de seqüelas. Sete dias depois da injeção das células, o paciente já pode andar e mexer os membros superiores.
        Embora os resultados obtidos com as novas técnicas sejam surpreendentes, elas ainda geram polêmica. Pessoas defendem que desde a fecundação do óvulo, mesmo in vitro, há toda a programação da vida e a possibilidade de um ser. Isso tornaria o processo de obtenção de células-tronco embrionárias em aborto. Pesquisadores refutam a ideia, pois consideram o embrião uma “maçaroca” de células fora da barriga da mãe.
        As novas terapias, além de suscitarem discussões éticas e religiosas, podem trazer problemas técnicos. Se for injetada uma célula-tronco no cérebro e ela não se tornar um neurônio, além de ser inútil para a recuperação do doente,  ela pode se transformar em tumor.       Apesar disso, o pesquisador acredita que não há caminho de volta.
        Estudos preveem para daqui vinte anos a associação das células-tronco com a terapia gênica. Isolam-se as células-tronco adultas do paciente que tenha um defeito genético generalizado, remove-se o gene problemático, substitui-se por um normal e implanta-se o material no paciente para tentar recuperar o órgão danificado. “Além disso, penso que no futuro também será possível criar tecidos in vitro com mais eficiência, o que seria a tal “bioengenharia tecidual”, conclui Balduíno.


        Bom, é isso. Boa sorte para todos vocês! Não se esqueçam da data de entrega. Não haverá prorrogação!



2 comentários:

  1. Amei a variedade linguistica empregada no texto, me ajudou para ter idéias para minha prova escolar e me deixou informada sobre as células tronco que sempre tive duvidas. Parabéns ^^

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